Função da dor

Quando sentimos uma dor física, sabemos que isto é um sinal de que alguma coisa não está bem no nosso corpo. Por mais simples que seja nossa compreensão sobre o funcionamento do organismo, buscamos ajuda para solucionar a sensação indesejada logo que possível. Mesmo quando a ignoramos, ainda temos consciência que a causa daquela sensação pode agravar se não for atendida.

Ao contrário da dor física, a dor emocional costuma ser subestimada até os dias de hoje, muitas vezes é associada à fraqueza, frescura, drama ou algo passageiro que deve ser facilmente superável. O fato é que acabamos nos sentindo constrangidos de revelar nosso sofrimento e por conta disto, não indo em busca da compreensão daquilo que, assim como a dor física, também está nos indicando que algo não está bem em nós.

 

Outro problema é quando resolvemos ir em busca de ajuda e criamos a falsa esperança que alguma solução mágica irá curar nosso sofrimento. Em ambos os casos, entendemos a dor simplesmente como uma força inimiga aleatória a qual deve ser reprimida, dissipada naturalmente ou aniquilada a todo custo, então deixamos de olhar para sua causa.

Se simplesmente ignoramos esses sinais, estamos cultivando, suprimindo e em determinadas circunstâncias potencializando a origem dessas emoções em nosso íntimo. Esse efeito cumulativo tende a afetar significativamente nossa qualidade de vida, podendo, ainda, desencadear outras emoções indesejadas que estão associadas.

Ao considerarmos a dor emocional como um sinal, um sintoma e como tal tem a função de alertar que algo está precisando de atenção, então ela passa a ser utilizada como caminho, para compreendermos a razão da sua existência. Em outras palavras, aquela emoção é justamente o que nos permite descobrir qual melhor jeito de tratá-la.

Muitas vezes estamos ignorando algo importante, que está mal resolvido e precisamos despertar para aquela situação. A busca desta compreensão nos permite trazer clareza, lucidez e consciência sobre o que está acontecendo, para o que evitamos olhar, o que realmente sentimos em um nível mais profundo. Desta forma, possibilitamos um processo de ressignificação do conflito e a dissolução daquele impasse .

 

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