Nosso organismo possui uma capacidade natural de autorregulação — a habilidade inata de restaurar o equilíbrio entre os processos psíquicos e físicos.

Quando esse equilíbrio é perturbado, o corpo nos envia sinais por meio de sensações e emoções.
Se ignoramos o que sentimos ou evitamos buscar ajuda, interrompemos esse processo regulador.

O corpo, então, guarda o que a mente não consegue processar.
Com o tempo, pode se sobrecarregar e gerar sintomas que, além de indicar que algo não vai bem, também apontam caminhos para a cura.

Escutar o corpo é, portanto, permitir que ele nos mostre não apenas onde está o sofrimento, mas também o sentido do tratamento necessário.
A psicoterapia corporal convida a olhar para a dor não como algo apenas a ser eliminado, mas como um sinal que revela aspectos profundos de quem somos e do que precisamos.

Ao ouvirmos o que o corpo comunica, abrimos espaço para compreender conflitos internos, liberar tensões crônicas, recuperar a vitalidade e restabelecer a autorregulação natural.
Por meio desse trabalho, é possível revitalizar a respiração e o fluxo energético, permitir que emoções contidas sejam vividas e elaboradas, e ressignificar experiências dolorosas.

As técnicas corporais não atuam apenas na mente — elas ajudam a flexibilizar nossa forma de ser, sentir e existir no mundo. Assim, o corpo deixa de ser apenas um espaço onde a dor se manifesta e passa a ser também um caminho para o autoconhecimento, a autorregulação emocional e uma vida mais plena.